sábado, 15 de janeiro de 2011

CONFISSÃO DE FÉ BATISTA DE 1689 (parte 12)

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CAPÍTULO 21
LIBERDADE CRISTÃ E LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA


1. A Liberdade que Cristo comprou para os crentes, no evangelho, consiste na libertação da culpa do pecado, da ira condenatória de Deus, do rigor e da maldição da lei; e consiste na libertação dos crentes deste mundo perverso, da escravidão a Satanás, do domínio do pecado, da malignidade das aflições, do medo e do aguilhão da morte, da vitória da sepultura, e da perdição eterna. Consiste no livre acesso a Deus, no prestar-lhe uma obediência não suscitada por medo escravizador; e, sim, por amor, como o de uma criança, voluntariamente.
Tudo isto, em essência, aplicava-se também aos crentes que viviam sob a lei. Sob o Novo Testamento, porém, a liberdade cristã é ampliada, na libertação do jugo da lei cerimonial a que a igreja judaica estava sujeita, na maior ousadia de acesso ao trono da graça, e maior medida do livre Espírito de Deus do que os crentes normalmente desfrutavam sob a lei.
Gálatas 3:13.
Gálatas 1:4.
Atos 26:18.
Romanos 8:3.
Romanos 8:28.
I Coríntios 15:54-57.
II Tessalonicenses 1:10.
Romanos 8:15.
Lucas 1:73-75; I João 4:18.
Gálatas 3:9,14.
João 7:38-39; Hebreus 10:19-21.

2. Somente Deus é Senhor da consciência, e Ele a liberou das doutrinas e mandamentos de homens que entrem em contradição com a Palavra ou que não estejam contidos nela. Por isso, acreditar em tais doutrinas ou obedecer tais mandamentos, por causa da consciência, é trair a verdadeira liberdade de consciência. A exigência de uma fé irrestrita, de uma obediência cega e total, significa destruir ao mesmo tempo as liberdades de consciência e raciocínio.
Tiago 4:12; Romanos 14:14.
Atos 4:19; Atos 5:29; I Coríntios 7:23; Mateus 15:9.
Colossenses 2:20,22-23.
I Coríntios 3:5; II Coríntios 1:24.

3. Os que praticam algum pecado ou alimentam qualquer desejo pecaminoso, a pretexto da liberdade cristã, pervertem o desígnio principal da graça do evangelho, para destruição de si mesmos. Desse modo, eles subvertem a finalidade da liberdade cristã, isto é, que, sendo libertados das mãos de todos os nossos inimigos, possamos servir ao Senhor em santidade e retidão perante Ele, sem medo, por todos os dias de nossa vida.
Romanos 6:1-2.
Gálatas 5:13; II Pedro 2:18,21.

CAPÍTULO 22
ADORAÇÃO RELIGIOSA E O DIA DO SENHOR


1. A luz da natureza mostra que existe um Deus, que tem senhorio e soberania sobre todos, que é justo, bom, e faz o bem a todos; e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido, de todo o coração, de toda alma, e com todas as forças. Mas a maneira aceitável de se cultuar o Deus verdadeiro é aquela instituída por Ele mesmo, e que está bem delimitada por sua própria vontade revelada, para que Deus não seja adorado de acordo com as imaginações e invenções humanas, nem com as sugestões de Satanás, nem por meio de qualquer representação visível ou qualquer outro modo não descrito nas Sagradas Escrituras.
Jeremias 10:7; Marcos 12:33.
Deuteronômio 12:32.
Êxodo 20:4-6.

2. A adoração religiosa deve ser dada a Deus - Pai, Filho, Espírito Santo - e somente a Ele: não a anjos, santos ou qualquer outra criatura. E, desde a queda, não sem um mediador, nem por mediação de qualquer outro, senão Cristo, apenas.
Mateus 4:9-10; João 4:23; Mateus 28:19.
Romanos 1:25; Colossenses 2:18; Apocalipse 19:10.
João 14:6.
I Timóteo 2:5.

3. A oração com ações de graças é requerida por Deus, de todos os homens, por ser parte daquela adoração que é inata a todos os seres humanos. Contudo, para ser aceitável, deve ser feita em nome do Filho, com a ajuda do Espírito, de acordo com a vontade de Deus; com discernimento, reverência, humildade, fervor, fé, amor e perseverança. E, quando em público, em uma língua que seja conhecida.
Salmo 95:1-7; Salmo 65:2.
João 14:13-14.
Romanos 8:26.
I João 5:14.
I Coríntios 14:16-17.

4. A oração deve rogar por coisas lícitas, e por toda sorte de pessoas, vivas ou que ainda viverão; mas não pelos mortos, nem por pessoas que se sabe terem cometido o "pecado para morte".
I Timóteo 2:1-2; II Samuel 7:29.
II Samuel 12:21-23.
I João 5:16.

5. A leitura das Escrituras; a pregação e o ouvir da Palavra de Deus; o ensino e a advertência mútua; o louvor, com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão ao Senhor em nossos corações; a administração do batismo, e a Ceia do Senhor: todos são partes da adoração religiosa, que devem ser cumpridas em obediência a Deus, com entendimento, fé, reverência e temor piedoso. Além disso, em ocasiões especiais devem ser usados a humilhação solene, com jejuns, e ações de graças, de uma maneira santa e reverente.
I Timóteo 4:13.
II Timóteo 4:2; Lucas 8:18.
Colossenses 3:16; Efésios 5:19.
Mateus 28:19-20.
I Coríntios 11:26.
Ester 4:16; Joel 2:12.
Êxodo 15:1-19; Salmo 107:1-43.

6. Agora, no evangelho, nem a oração nem qualquer outra parte da adoração religiosa está relacionada a um lugar específico, nem se torna mais aceitável por causa do lugar em que é feita ou para o qual a pessoa esteja voltada. Deus deve ser adorado em todo lugar, em espírito e em verdade; na privacidade familiar, diariamente; e em secreto, cada pessoa individualmente, e muito mais solenemente nos cultos públicos, os quais não devem ser intencional ou inconseqüentemente negligenciados ou esquecidos, pois Deus, mediante sua Palavra e providência, nos conclama a prestá-lo.
João 4:21; Malaquias 1:11; I Timóteo 2:8.
Atos 10:2.
Mateus 6:11; Salmo 55:17.
Mateus 6:6.
Hebreus 10:25; Atos 2:42.

7. Por instituição divina, é uma lei universal da natureza que uma proporção de tempo seja separada para a adoração a Deus. Por isso, em sua Palavra - através de um mandamento explícito, perpétuo e moral, válido para todos os homens, em todas as eras - Deus determinou que um dia em cada sete lhe seja santificado, como dia de descanso. Desde o começo do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia era o último da semana; e, desde a ressurreição de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da semana, que é chamado "Dia do Senhor". A guarda desse dia como sábado cristão deve continuar até o fim do mundo, pois foi abolida a observância do último dia da semana.
Êxodo 20:8.
I Coríntios 16:1-2; Atos 20:7; Apocalipse 1:10.

8. O dia do descanso é santificado ao Senhor quando os homens preparam devidamente os seus corações para esse dia e põe em ordem os seus afazeres corriqueiros, de antemão; quando não apenas obedecem a um descanso consagrado, durante o dia todo, de seus próprios trabalhos, palavras e pensamentos, concernentes a ocupações seculares e recreações, mas também ocupam o tempo todo em exercício de adoração a Deus, seja em particular ou em público, e deveres de necessidade e de misericórdia.
Isaías 58:13; Neemias 13:15-22.
Mateus 12:1-13.