IV. Eu serei mui breve sobre a próxima divisão. A quarta forma de se medir as agonias do Salvador é esta: devemos computá-las PELA GLORIOSA LIBERTAÇÃO QUE ELE EFETUOU.
Levante-se, crente, ergue-te no teu lugar, e neste dia testifique a grandeza do que o Senhor fez por ti! Permita-me dizer por ti. Contarei a tua experiência e a minha num só fôlego. Uma vez minha alma estava carregada com o pecado; me rebelei contra Deus, e gravemente transgredi. Os terrores da lei me assaltavam, as dores da convicção me dominavam. Via-me culpado. Olhava para o céu, e via um Deus irado jurando me punir; olhava debaixo de mim e via um Inferno aberto pronto para me devorar. Procurei satisfazer minha consciência com boas obras; mas tudo em vão. Esforcei-me para atender às cerimônias da religião para apaziguar os sofrimentos que sentia dentro de mim; mas tudo sem efeito. Minha alma estava excessivamente triste, quase até a morte. Poderia ter dito com o antigo enlutado: “Minha alma escolherá a asfixia e a morte, antes que a vida”. Esta foi a grande questão que sempre me deixava perplexo: “Tenho pecado; Deus deve me punir; como Ele poderia ser justo se assim não o fizer? Então, visto que Ele é justo, que será de mim?” Até que finalmente meus olhos se voltaram para as doces palavras que dizem: “O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”. Com aquele texto entrei em meu quarto, e sentei ali e meditei. Vi a Um pendente sobre uma cruz. Era meu Senhor Jesus. Alia estava a coroa de espinhos, e os emblemas de exclusiva e inigualável miséria. Olhei para Ele, e meus pensamentos lembraram daquelas palavras que dizem: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores”. Então, disse comigo mesmo: “Este homem morreu pelos pecadores? Eu sou um pecador; então, Ele morreu por mim. Aqueles por quem Ele morreu, serão salvos. Ele morreu pelos pecadores; eu sou um pecador; Ele morreu por mim; Ele me salvará”. Minha alma confiou naquela verdade. Olhei para Ele, e quando “contemplei o fluxo do sangue redentor”, meu espírito se regozijou, porque eu pude dizer:
"Nada trago em minhas mãos,
Simplesmente me apego à Tua cruz;
Venho nu a Ti, para vestir-me;
Indefeso, busco a graça em Ti!
Sujo, eu corro até a Tua fonte;
Lava-me, Salvador, ou morro!”
Simplesmente me apego à Tua cruz;
Venho nu a Ti, para vestir-me;
Indefeso, busco a graça em Ti!
Sujo, eu corro até a Tua fonte;
Lava-me, Salvador, ou morro!”
E agora, crente, tu dirás o resto. O momento em que creste, teu fardo caindo dos seus ombros, e te tornando leve como o ar. No lugar de trevas, você tem luz; no lugar de roupas pesadas, você tem o manto do louvor. Quem descreverá tua alegria deste então? Tu cantas na terra os hinos do Céu, e na tua alma quieta tem antecipado o Repouso eterno dos redimidos. Porque tens crido, tens entrado no repouso. Sim, contai ao mundo inteiro; todos aqueles crêem, pela morte de Jesus são justificados de todas as coisas que não puderem ser livres pelas obras da lei. Dizei no Céu, que ninguém e nada pode acusar aos eleitos de Deus. Anuncia a toda a terra, que os redimidos de Deus estão limpos de todo pecado aos olhos de Jeová. Gritai até mesmo no inferno, que os eleitos de Deus nunca irão para lá; porque Cristo morreu por eles, e quem é que os condenará?