Extraído de: Monergismo.com
"Álcool e gasolina não se misturam!". Lembro-me muito bem dessas palavras vindo
de uma senhora cristã em Harrisville, Ohio, onde cresci. Seu carro tinha sido
atingido por um motorista bêbado e essa foi uma forma contundente dela
expressar sua opinião. Não dirija quando beber. Agora que os combustíveis se
desenvolveram, podemos ver que gasolina e álcool se misturam. O ponto é que não há
problema em misturá-los no tanque do carro, mas sim no estômago daquele atrás do volante.
"Religião e política não se misturam!". Quão frequentemente
ouvi isso
como uma razão (ou escusa) para os cristãos ficarem fora da política. Não
concordo! E mais: serei ousado o suficiente para dizer que religião e política
são inseparáveis. Qualquer pessoa que tiver lido A Theological
Interpretation of American History [Uma Interpretação Teológica da História Americana], de Gregg Singer, saberá
que há uma relação íntima entre religião e política. A política é baseada na
religião.
Quando visitei Atenas com meus três filhos mais velhos, vi o Partenon, o famoso templo grego.
Ele está localizado sobre o Acrópolis, que é a parte mais alta da cidade. Essa era a
parte mais facilmente defensível da antiga cidade. Os atenienses queriam proteger o templo
porque seu sistema político era baseado em sua religião.
Observei isso quando servi um período de tempo na Casa de Delegados de Virgínia.
As leis que fazíamos era uma reflexão das nossas visões religiosas. Como um
cristão, tentei conscientemente influenciar a legislação em termos da minha fé cristã.
Os assuntos iam desde o aborto e a ERA até questões de
orçamento.
As visões religiosas dos legisladores variavam do Cristianismo que crê na Bíblia ao
humanismo secular. E o humanismo secular é uma religião. Cada sessão da Assembléia
Legislativa era aberta com oração.
Freqüentemente o sacerdote visitante era o pastor de um dos legisladores. Não era
difícil diferenciar os pastores conversadores dos liberais. Eles oravam
diferentemente.
Notei que os legisladores liberais freqüentavam as igrejas liberais e os conservadores as
igrejas conservadoras. Isso nem sempre seria o caso, pois as pessoas são inconsistentes.
Estive durante um tempo suficiente ao redor de políticos para saber que as suas
visões religiosas e aquela dos seus partidários influenciam suas visões políticas.
Observei outra coisa interessante sobre os legisladores. Não somente eles
tinham um pastor para orar antes de casa sessão, mas também eram muito rígidos
em não tomar o nome de Deus em vão enquanto falando no recinto. Um dia um líder
proeminente da parte majoritária expressou uma palavra profana. Ele
rapidamente se corrigiu e mostrou embaraço óbvio por seu lapso verbal.
Usar o nome de Deus em vão era inadmissível, a violação de uma tradição fundamentada
no antigo corpo legislativo do Hemisfério Ocidental. Contudo, encontros de comitê e conversação
privada eram outra conversa. As palavras desses oficiais eleitos denunciavam o
que estava
realmente em seus corações. Nem a Palavra de Deus fazia qualquer diferença
quando dizia respeito à legislação. A religião do humanismo secular era
totalmente evidente. Um legislador argumentaria com paixão pela apropriação de impostos para
matar bebês
inocentes, criados à imagem de Deus, embora ainda cuidadosos para não usar o nome
de Deus em vão.
Política tem a ver com governo civil. Políticos são eleitos, fazem leis, lançam impostos,
gastam, regulamentam e controlam. Toda lei decretada e toda decisão feita é baseada
em algum sistema moral. Toda moralidade é baseada em uma religião. Assim, quem disse
que política e religião não se misturam?
A Bíblia diz: "Não furtarás". Esta é a base das leis contra
roubo. A Bíblia diz: "Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo". Esta é a base das leis contra difamação e calúnia. Não cometa
engano sobre isso!
O que cremos religiosamente afetará nossas crenças e práticas políticas.
Um excelente exemplo disso pode ser visto no desenvolvimento da
Constituição dos Estados Unidos. Os Estados Unidos tem continuado sob a Constituição
mais tempo do que qualquer outro país no mundo hoje. A despeito da re-interpretação e
má interpretação, a Constituição ainda é nosso documento governamental porque,
em primeiro lugar, ela foi muito bem elaborada.
O Cristianismo bíblico era a fé fortalecedora da nossa nação quando a Constituição
foi adotada. Essa fé religiosa se manifestou nesse documento
extraordinário. Os pais fundadores queriam amarrar o governo Federal com os
laços da Constituição. Eles sabiam que o homem é um pecador e quando vários pecadores se
reúnem num governo, podem realizar muito prejuízo. A Constituição limitou o
poder do governo de muitas maneiras. O governo Federal recebeu somente aqueles
poderes delegados a ele pelos Estados. Dentro do governo Federal o poder era
divido entre três ramos - legislativo, executivo e judicial.
A Constituição contém um sistema de separação de poderes. O Presidente
pode vetar atos do Congresso, mas o congressista anula o veto. O Presidente
aponta juízes e outros oficiais, mas somente com o conselho e consentimento do
Senado. A Casa dos Representantes pode cassar um Presidente, mas somente o
Senado pode condenar. A Corte Suprema foi designada para verificar o poder dos ramos
executivo e legislativo, interpretando a lei sobre a base da Constituição. A própria
Constituição
poderia ser emendada somente com a aprovação dos legisladores de três quartos dos Estados.
A virtude da Constituição era fornecer uma descentralização do poder
político. Isso tinha o intuito de prevenir-se contra um governo central poderoso que
poderia se tornar tirânico. Para o cristão, a família é a instituição
governamental central. Esse é um governo descentralizado porque há milhares ou milhões de famílias
numa nação.
A Constituição não foi nenhum acidente da história. Ela é um reflexo da fé bíblica
que existia em nossa nação em 1787. Essa é a chave para entender o que
tem acontecido desde então. Grandes mudanças se sucederam em nosso governo. Mais e mais
poder tem corrido para Washington. Governos locais têm perdido muito do seu
poder. O imposto de renda foi decretado nesse século para alimentar uma burocracia Federal
crescente. O sistema bancário da Reserva Federal também apareceu no século
vinte para centralizar o controle sobre as atividades bancárias e o suprimento de
dinheiro. Milhares de leis e controles estão emanando do governo Federal.