quinta-feira, 9 de maio de 2013

Tópicos sobre Escatologia

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A maioria dos cristãos tem conhecimento escatológico baseado nas visões mais populares e muitos acham que são fatos inegáveis sem nem ao menos saber que se tratam apenas de interpretações, que podem variar de acordo com a forma de entender cada tema.

A escatologia exige um estudo extenso e realmente divide opiniões, sendo de difícil compreensão. Então, tendo em mente que a intenção não é de "esmiuçar" e nem mesmo realizar todo esse estudo; com o intuito apenas de informar conceitos básicos, segue uma tabela que apresenta algumas das semelhanças e diferenças em alguns tópicos centrais entre as 4 visões escatológicas mais reconhecidas:


(CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR)


Tabela traduzida, original encontrada no facebook em Devotivational


Uma breve explicação sobre alguns pontos:


PÓS-MILENISMO

A ascensão de Cristo inaugurou o seu Reino e desde então, ele vai progressivamente eliminando o pecado e a maldição da terra. Assim como os amilenistas, a primeira ressurreição é entendida por alguns como sendo o novo nascimento e por outros como sendo a entrada da alma dos santos mortos no céu. 

A prisão de Satanás significa que as nações são progressivamente convertidas ao Evangelho de maneira que chegará um tempo em que a maioria das pessoas será genuinamente cristã. À medida que há transformação espiritual entre os povos, há também desenvolvimento cultural e prosperidade material de forma que a terra é progressivamente restaurada da maldição do pecado. A libertação de Satanás após os mil anos é entendida como uma tentativa final dos ímpios que restarão de se rebelar contra o sucesso mundial do Cristianismo. É somente depois desse longo processo que acontecerá a Segunda Vinda Cristo que é quando os fiéis e os ímpios ressuscitarão para o Juízo Final. Os ímpios serão julgados a condenação eterna e os santos habitarão na Nova Criação consumada.

A maioria esmagadora dos pós-milenistas hoje defendem que “mil” deve ser entendido como um número simbólico e que o Milênio se refere ao intervalo de tempo entre a Ascenção e Segunda Vinda de Cristo. Mas, historicamente, alguns já defenderam que o "Milênio" propriamente dito só começaria na "era de ouro" e que isso aconteceria após a queda da Igreja Católica Romana, e que antes disso não era o "Milênio".


AMILENISMO

O amilenismo defende que a visão dos mil anos de Apocalipse 20 não deve ser entendida literalmente. Defende que “mil” deve ser entendido como um número simbólico e que o Milênio se refere ao intervalo de tempo entre a Ascenção e Segunda Vinda de Cristo. A prisão de Satanás se refere ao fato de que ele não pode impedir a proclamação do Evangelho em todas as nações. Já a primeira ressurreição é entendida por alguns como sendo o novo nascimento e por outros como sendo a entrada da alma dos santos mortos no céu. Assim como os pré-milenistas, muitos amilenistas acreditam que há um aumento progressivo de pecado, sofrimento, desastres naturais, guerras e perseguições aos fiéis à medida que o fim da história se aproxima. Outros defendem que por toda história e até o fim do mundo, as forças do bem e do mal se mantem relativamente equilibradas. O Juízo Final acontecerá imediatamente após a Segunda Vinda com os fiéis sendo introduzidos ao Novo Céu e Nova Terra e os ímpios sendo entregue a condenação eterna. Até então, não há qualquer perspectiva de um reino de Cristo que faça prevalecer à justiça, verdade, paz ou prosperidade na terra. Cristo já reina, mas isso traz benefícios quase exclusivamente espirituais.

PRÉ-MILENISMO

O pré-milenismo é a corrente escatológica mais difundida entre as igrejas brasileiras em nossos dias. Defende que a maioria das profecias do Apocalipse se cumprirá um pouco antes do fim do mundo e baseia-se numa leitura literal de Apocalipse 20. Costumam defender também que no decorrer da história até a Segunda Vinda, há um aumento progressivo de pecado, sofrimento, desastres naturais, guerras e perseguições aos fiéis, até que, por fim, a personificação de toda a iniquidade se manifestará na pessoa do Anticristo. Depois que ele tiver consumado o domínio da iniquidade no mundo, acontecerá a Segunda Vinda de Cristo em triunfo para estabelecer um reino de mil anos na terra. Os santos mortos ressuscitarão com os corpos glorificados, mas não os ímpios. O reino será inaugurado pela prisão de Satanás de maneira que ele não possa mais exercer qualquer influencia sobre a terra. Jerusalém será restaurada e servirá de sede para um Império mundial de Cristo. Será um período de grande justiça, paz e prosperidade em todo o mundo. Todavia, não será um mundo absolutamente perfeito. Ainda haverá pecadores. Mas será uma minoria e todo pecado será rapidamente reprimido por Cristo. Defendem também que depois dos mil anos, Satanás será solto por um breve tempo e tentará incitar pessoas do mundo inteiro a se rebelar contra Cristo e guerrear contra Jerusalém. É somente ai que acontecerá o Juízo Final pelo qual os fiéis entrarão no Novo Céu e Nova Terra enquanto os ímpios serão entregues a condenação eterna assim como o Diabo e os demais demônios.

Uma divergência que existe entre pré-milenistas contemporâneos é em relação ao arrebatamento conforme descrito em I Tessalonicenses 4. Historicamente, pré-milenistas sempre defenderam que no fim dos tempos os cristãos seriam perseguidos e martirizados pelo Anticristo até que Jesus voltasse para resgatá-los. A partir do século XIX e principalmente no século XX, isso mudou com o que veio a ser chamado de “pré-tribulacionismo”. Os pré-tribulacionistas defendem que o reino do Anticristo terá uma duração de sete anos num período que chamam de “Grande Tribulação”. Diferente dos pré-milenistas históricos, os pré-tribulacionistas acreditam que imediatamente antes do Anticristo começar a reinar, todos os genuínos cristãos serão arrebatados por Deus da terra e transportados para o céu. O objetivo principal de Deus será impedir a Igreja de ser perseguida e martirizada pelo Anticristo. Além dos pré-tribulacionismo, há também o “meso-tribulacionismo”. São chamados assim porque diferente dos pré-tribulacionistas, acreditam que o arrebatamento dos cristãos acontecerá no meio da Grande Tribulação e não antes dela começar. Assim, acreditam que a Igreja será de fato perseguida e martirizada pelo Anticristo, mas que não terão que passar por isso até a Segunda Vinda porque serão retirados da terra três anos e meio antes. Já aqueles que defendem a perspectiva tradicional do pré-milenismo costumam ser chamados hoje de “pós-tribulacionistas”.



SOBRE AS LINHAS DE INTREPRETAÇÃO DAS PROFECIAS


É importante lembrar que cada um desses termos não precisam ser usados somente para o Apocalipse. São especialmente usados para o Apocalipse, mas podem ser usados para outras profecias bíblicas também. Alguém pode dizer que é preterista em relação ao Apocalipse, por exemplo, mas ser historicista em relação a Mateus 24, pois ele acredita que Apocalipse se cumpriu no passado, mas que Mateus 24 se cumpre no decorrer de toda a história, etc.


PRETERISMO

A maioria dos defensores contemporâneos do pós-milenismo são preteristas em relação ao Apocalipse. Mas, há amilenistas que são preteristas também. O preterismo se encaixa tanto com o pós-milenismo quanto com o amilenismo. "Preterista" vem de "pretérito" que significa "passado". A ideia é que a maior parte do Apocalipse se cumpriu no passado, especificamente NO PRIMEIRO SÉCULO. Os personagens do livro são simplesmente símbolos de personagens e acontecimentos históricos do primeiro século. Como ainda estamos no Milênio (Apocalipse 20), só o que resta se cumprir é o fim do Milênio, a Segunda Vinda, o Juízo Final e a entrada na eternidade.
É importante mencionar também que há seitas que defendem uma heresia chamada "híper-preterismo" que diz que TODAS as profecias bíblicas, SEM EXCEÇÃO já se cumpriram, INCLUINDO O JUÍZO FINAL, A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS E A SEGUNDA VINDA DE CRISTO. Mas, não devem ser confundidos com preteristas ortodoxos da mesma forma que calvinismo não deve ser confundido com híper-calvinismo e arminianismo não deve ser confundido com pelagianismo.


HISTORICISMO

Em relação ao Apocalipse, o historicismo defende que as profecias se cumprem no decorrer da história em ordem relativamente cronológica. Cada trombeta, por exemplo, seriam eventos específicos na história com séculos de intervalo entre um evento e outro. O objetivo do historicista é identificar quais eventos na história condizem com quais profecias. Costumam acreditar que a besta é o papa e a Grande Prostituta é a Igreja Romana. Não é muito popular mais. Os adventistas do sétimo dia são os maiores defensores modernos, mas há também alguns poucos defensores reformados importante, principalmente entre os neo-puritanos. Historicamente, houveram historicistas das três correntes: pós-milenistas, amilenistas e pré-milenistas.


IDEALISMO

O idealismo defende que não devemos nos preocupar em identificar o cumprimento histórico específico dos personagens e eventos do Apocalipse, mas que cada personagem e evento simplesmente transmite um IDEIA, um CONCEITO que se cumpre por toda a história. Para o idealista, a besta, por exemplo, representa simplesmente as forças do mal na história que luta contra o Reino de Deus, mas não devemos nos preocupar com tanto quem foi a besta individualmente na história. O idealista se preocupa com as ideias por trás dos símbolos e não com o cumprimento profético na história. Há idealistas pós-milenistas e amilenistas.


FUTURISMO

O futurismo é, sem sombra de dúvida, a linha de interpretação para o Apocalipse mais popular nas igrejas brasileiras. Defendem que as profecias do Apocalipse ainda se cumprirão no futuro. A besta será um ditador mundial e a marca da besta será o instrumento para controlar toda a população da terra. Costumam ser pré-milenistas ou amilenistas. No caso do dos pré-milenistas, há duas correntes principais. Os pré-tribulacionistas acreditam que a Igreja já estará arrebatada a partir de Apocalipse 4 e só quem for deixado para trás é que verá o resto se cumprir até o capítulo 19. Os pós-tribulacionistas defendem que a Igreja passará por tudo, assim como os amilenistas futuristas.




Extraído de comentários no facebook feitos pelo Frank Brito.