sábado, 5 de outubro de 2013

Um Padrão para tudo (por Gary DeMar)

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É tempo dos cristãos começarem a entender o que está em jogo. Uma batalha está sendo travada. Em muitos casos, o fogo está vindo de dentro do acampamento. Milhões de cristãos dizem crer que a Bíblia é a Palavra de Deus, que ela é inerrante e infalível. Mas quando diz respeito a usar a Bíblia como um modelo para o viver, eles começam a fazer as suas ressalvas. Você ouve as objeções:
  • O Antigo Testamento não se aplica à era da Igreja.
  • Você não pode colocar um não-cristão debaixo da lei bíblica.
  • Estamos debaixo da graça, não da lei.

Essas objeções são mitos, ou na melhor das hipóteses, perigosas meias-verdades. Apenas tente entender o Novo Testamento sem o Antigo Testamento. Paulo diz que os pastores devem ser pagos, e apóia isso a partir de um versículo aparentemente obscuro do Antigo Testamento: “Porque diz a Escritura: ‘Não ligarás a boca ao boi que debulha’. E: ‘Digno é o obreiro do seu salário’” (1 Timóteo 5:18; veja Deuteronômio 25:4; Levítico 19:13).

Leia o que a Bíblia diz sobre o estrangeiro em Israel. O estrangeiro era obrigado a guardar a lei, assim como o israelita que fazia parte do pacto: “Uma mesma lei tereis; assim será para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou o SENHOR vosso Deus” (Levítico 24:22; cf. Êxodo 12:49). Ao estrangeiro era dada uma “proteção igual sob a lei”. Os estrangeiros poderiam adquirir propriedade e acumular riquezas (Levítico 25:47). Eles eram protegidos de injustiças e tratados como israelitas “nativos” (Levítico 19:33-34). Ao israelita nativo é dito: “O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás” (Êxodo 22:21; 23:9). Se o estrangeiro estava obrigado a guardar a lei de Deus, então a lei de Deus era o padrão para protegê-lo contra a injustiça também (Deuteronômio 1:16; cf. 24:16; 27:19). João o Batista não viu nenhuma restrição imposta sobre ele quando confrontou o Rei Herodes e sua relação adúltera com Herodias, a esposa de seu irmão Filipe: “Pois João lhe dizia: ‘Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão’” (Marcos 6:18; cf. Levítico 20:21; Êxodo 20:14).

Um dos versículos citados de maneira mais equivocada em toda a Bíblia é Romanos 6:14: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça”. Paulo não está falando sobre a lei como um padrão de justiça. No capítulo 3, o apóstolo deixa claro que o pecador justificado não está livre de guardar a lei:  “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei” (Romanos 3:21). O cristão não está mais debaixo da condenação ou maldição da lei: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gálatas 3:13).


Todos nós seguimos alguma lei. Podemos fabricar nossa própria lei, à parte da Escritura. A igreja pode determinar o que é legítimo à parte da Escritura. Os experts na lei natural podem determinar o que é lícito. Até mesmo o Estado pode determinar o que é lei. Em todas essas escolhas, há a rejeição de Deus como o Legislador. Jesus foi muito claro em sua advertência àqueles que rejeitam a Escritura como a autoridade final no que diz respeito a guardar a lei: “Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens... Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição” (Marcos 7:8- 9).


Num tempo quando o mundo está buscando um fundamento firme, os cristãos deveriam estar prontos, dispostos e capazes de voltar as pessoas para a Bíblia como o modelo pelo qual podemos construir uma civilização cristã.


Muitos cristãos ainda estão presos à convicção que a Bíblia fala sobre apenas uma parte muito limitada da vida. Sem dúvida, todos os cristãos crêem que a Bíblia tem algumas coisas muito específicas a dizer sobre oração, leitura da Bíblia, adoração e evangelismo. Mas muitos cristãos não estão convencidos que a Bíblia tem coisas bem definidas a dizer sobre governo civil, o sistema judicial, economia, dívidas, punição de criminosos, relações exteriores, cuidado pelos pobres, jornalismo, ciência, medicina, negócios, educação, impostos, inflação, bens, terrorismo, guerra, negociações de paz, defesa militar, questões éticas como aborto e homossexualismo, preocupações ambientais, herança, investimentos, seguro, atividade bancária, disciplina de crianças, poluição, casamento, contratos e muitas outras questões de cosmovisão.


Fonte: The Debate over Christian Reconstruction, 
Gary DeMar, p. 31-33.

Extraído de: