- Do que deveríamos chamar aquele que ainda não nasceu e está no útero?
- Se aquela entidade é um ser vivente, não é uma vida?
- Se você surgiu primeiramente como uma simples célula, como pode aquele óvulo fertilizado ser algo diferente de um ser humano?
- Não é mais correto dizer que você era um embrião, em vez de dizer que simplesmente veio de um?
- Então quando é que um ser humano passa a ter o direito de viver?
- Devemos dizer que o tamanho importa?
- Um feto é pequeno demais para merecer nossa proteção?
- Pessoas grandes valem mais do que pessoas pequenas?
- Homens são mais humanos do que mulheres?
- Um jogador de basquete grandão tem mais direito do que um pequenino jóquei?
- Uma vida num útero não pode ser levada em conta simplesmente porque você não pode segurá-la em seus braços, ou colocá-la em suas mãos, ou vê-la em uma tela?
- Desenvolvimento intelectual e capacidade mental deveriam se tornar a medida de nossa dignidade?
- Crianças de três anos de idade valem menos que pessoas de trinta?
- Um feto vale menos do que um ser humano formado porque não pode falar, contar ou ter consciência própria?
- Um bebê brincando no berço tem de sorrir, ou acenar com a mão, ou recitar o alfabeto antes de merecer mais um dia de vida?
- Se uma expressão de acuidade mental básica é necessária para se ter o direito de ser um membro da comunidade humana, o que deveríamos fazer com pessoas em estado de coma, pessoas muito idosas, ou a mamãe de cinquenta anos com Alzheimer?
- E o que dizer de todos nós quando dormimos?
- Deveríamos negar o direito de viver de um feto apenas pelo lugar onde vive?
- O meio onde vivemos pode nos dar ou retirar algum valor?
- Valemos menos do lado de dentro do que do lado de fora?
- Podemos simplesmente ser mortos quando estamos nadando debaixo d’água?
- O lugar onde estamos determina quem somos?
- Uma travessia de vinte centímetros no momento do parto nos torna humanos?
- Essa mudança de cenário transforma “coisas” em pessoas?
- O amor é condicionado pela localização?
- Deveríamos reservar a dignidade humana apenas para aqueles que não são dependentes de outros?
- Apenas merecemos viver quando podemos viver por conta própria?
- Um feto de quatro meses é inferior a um ser humano porque precisa de sua mãe para viver?
- Uma criança de quatro meses é inferior a um ser humano quando ainda precisa de sua mãe para viver?
- E se você precisar de uma diálise, ou insulina, ou um aparelho respiratório?
- A dignidade é fruto do pleno funcionamento das nossas capacidades vitais?
- A independência é um pré-requisito para nos identificar como ser humano?
- Somos valiosos apenas quando podemos pensar, realizar tarefas, ou fazer as coisas por conta própria?
- Se a vida de um feto é vida humana, o que justifica arrancá-la fora?
- Seria justo tirar a vida de seu filho no aniversário de um ano porque ele veio à vida por meio de circunstâncias tristes e trágicas?
- Você jogaria sua filhinha de um ano e seis meses no meio dos carros em tráfego porque ela tornou nossa vida difícil?
- Uma criança de três anos de idade merece morrer porque pensamos que merecemos uma escolha?
- O que você merece agora?
- Quais são seus direitos como ser humano?
- Você tinha esses mesmos direitos há cinco anos?
- E quando você era um adolescente e nem podia dirigir?
- E naquele tempo em que sua bicicleta tinha rodinhas de apoio?
- Você era menos do que um ser plenamente humano quando brincava com terra?
- E quando você usava babador?
- E quando ainda mamava?
- E quando cortaram seu cordão umbilical?
- E quando você boiava no liquido amniótico e chutava aquela parede elástica?
- E quando seu coração bateu pela primeira vez no monitor?
- E quando cresceram suas primeiras unhas?
- E quando se desenvolveram suas primeiras células?
- Do que deveríamos chamar a criança no útero?
- Um feto?
- Um mistério?
- Um erro?
- Uma questão ideológica controversa?
- E se a ciência, as Escrituras e o consenso chamarem-na de pessoa?
- E se um feto, o bebê desastrado, a criança inocente, o adolescente indisciplinado, o calouro universitário, a noiva maquiada, a mãe de primeira viagem, a mulher trabalhadora, a vovó orgulhosa, e o velho amigo esclerosado não diferirem em tipo, mas apenas em tempo?
- Onde na evolução a humanidade começa e termina?
- Quando a vida passa a ter valor?
- Quando começamos a valer alguma coisa?
- Quando os direitos humanos se tornam nossos direitos?
- E se Dr. Seuss estiver certo e uma pessoa for uma pessoa, sem importar o tamanho que tenha?
- Por que celebrar o direito de matar o que você foi um dia?
- Por que negar os direitos do pequenino que é o que você é?