segunda-feira, 26 de maio de 2014

[Nota pública] Porque saímos da página Calvino da Depressão e páginas associadas

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Carta aberta de dois ex-editores, Fernando Frezza e Raniere Menezes (por ordem de saída e motivos):


1. Fernando Frezza -- autor da página Barrabás Livre.


No início de 2012 comecei a contribuir em uma página chamada "Calvino da Depressão". Eu a conheci através de uma amiga, e tempos depois fui convidado pelo criador dela para ajudar com imagens e textos. A proposta era de uma página de humor, mas que serviria de veículo para mostrarmos a teologia reformada para as pessoas e também ensinar algumas coisas sobre a história da Igreja.

Contribuí bastante, com muito conteúdo, e a página cresceu muito a ponto de criarmos mais 2 páginas e um site, que são "Lutero da Depressão", "Zwínglio da Depressão" e "Os Pedreiros". Houve então a entrada de mais editores, e a ideia era que em cada página houvesse ênfase nos ensinos de cada reformador, enquanto que no site estariam reunidas informações sobre todos. No site haveria mais estudos e informações sérias enquanto nas páginas seriam postagens mais voltadas para o humor e com conteúdo mais resumido. Conseguimos fazer isso com sucesso e muitas pessoas nos disseram que foram ajudadas pelo que encontraram nas páginas, inclusive mudando drasticamente suas antigas ideologias e teologias deturpadas.

Entre os editores havia unanimidade em alguns temas, mas não em outros, e alguns comportamentos de uns às vezes eram condenados por outros, mesmo que de forma respeitosa. As maiores diferenças surgiam quanto a interpretações sobre a aplicação do evangelho na vida em sociedade, o que envolve visões políticas e a análise do papel do Estado e da Igreja no mundo. Além disso existiam diferenças quanto à postura cotidiana dos editores, ocorrendo inclusive que, em alguns momentos haviam ataques a ideologias defendidas por alguns deles feitos por esse editor que foi o criador da página. Mesmo dizendo nunca generalizar (o principal editor, criador da página) em muitos momentos disparou calúnias contra irmãos em Cristo, e em alguns momentos os julgou como não-cristãos, apesar de sempre se colocar em posição de vítima de intolerância. Com isso havia certo distanciamento entre os editores, pois além de haver ataques ao que criam, havia "assassinato de reputações" de amigos comuns a todos. Então o combinado era não postarmos nas páginas sobre o que não era unânime entre nós, mas isso não deu certo, havendo continuação de algumas postagens em que isso foi ignorado.

Para piorar, esse editor tinha (e tem) afinidade com o criador da "bíblia freestyle" (ao que me parece até contribuindo com conteúdo pra ela), inclusive tendo se envolvido em conversas chulas, reprováveis e públicas com ele no Twitter, na qual brincavam dizendo que a empresa pornográfica "Brasileirinhas" poderia fazer um filme baseado no livro de Cantares. Depois que essa conversa foi divulgada por uma outra página nos mesmos moldes do Calvino da Depressão, esse editor passou a fazer propaganda negativa dela ao extremo (chamando os de “nazistas” e termos similares), e usando a justificativa de que estavam apenas brincando (ignorando totalmente a ideia de reverência à Palavra de Deus e do mau testemunho ao fazer isso publicamente).

Um dia antes desse ocorrido (que eu nem imaginava), e cerca de 1 ano depois da minha entrada, eu havia informado que não iria mais contribuir, deixando as páginas por falta de tempo e com o desejo de cuidar unicamente da minha página "Barrabás Livre". Incluo também o fato de ter repensado a forma como o humor era feito, e apesar de não condenar esse ponto totalmente senti que pessoalmente não faria mais daquela forma (às vezes exagerada), sendo que no “Barrabás” decidi sempre incluir explicações detalhadas para cada brincadeira feita, visando instruir e não apenas brincar e talvez passar a ideia de zombaria..

Posteriormente passei a ajudar em algumas outras páginas: "TULIP", "Reformata", "Troféu Reforma", mas priorizando sempre o "Barrabás", e mesmo sendo convidado a ajudar em outras me recusei. Não cortei contato com esse editor apesar de nunca nos falarmos, até que ele me bloqueou sem explicação aparente.

Sobre as páginas, creio que entre erros e acertos pude contribuir para instruir algumas pessoas. Preciso deixar claro que não tenho qualquer vínculo com elas e que não sei qual rumo tomarão, mas peço a Deus que impeça que o conteúdo divulgado seja blasfemo ou contrário à Sua Palavra. O correto seria que páginas que carregam nomes de reformadores contivessem em si aquilo que tais reformadores defenderam, mas é comum se ver por exemplo a página do Calvino divulgando a doutrina luterana, inclusive temas que Calvino não concordaria. Isso não faz sentido.
Não sei quem forma a equipe atual e, portanto, nem seria possível se fazer um julgamento quanto a todos possíveis envolvidos, mas que acima de tudo essas páginas não sirvam para escárnio e o distanciamento do evangelho verdadeiro.

2. Raniere Menezes -- autor da página Frases Protestantes.


Fui um dos editores do Calvino da Depressão e Zwínglio da Depressão desde agosto de 2012 e minha decisão de sair é motivada por restrições que, de um tempo para cá, tenho da página Calvino da Depressão. Nosso objetivo primário como editores era despertar interesse e curiosidade no público alvo para conhecer as antigas doutrinas da graça. E de modo bem humorado cumprimos esse papel por muitos meses. Muita gente nunca tinha ouvido falar em Calvino, Institutas, fé reformada, monergismo, sinergismo, arminianismo, confissão de fé etc. -- E com certeza tem muita gente por aí se aprofundando mais em teologia por causa desse primeiro contato. Centenas de pessoas tiveram seu primeiro contato com as doutrinas reformadas através dessa páginas.

Internamente, nos bastidores da edição do Calvino da Depressão, especificamente, tínhamos pontos de vistas diferentes sobre aspectos doutrinários da fé cristã protestante histórica, mas nada que causasse um desconforto a ponto de não andarmos mais juntos. O que infelizmente aconteceu e deixei as páginas esta semana. Combinamos que não iríamos usar as páginas para tratar de temas polêmicos que não permitissem caminharmos juntos, mas de nada valeu. Sempre que tínhamos uma reunião era para ajustar as diferenças.

As contradições de um dos editores (o iniciador da página, Thiago Surian) começou a incomodar em vários momentos, basicamente temas polêmicos contra a prática do cristão de seguir a Lei de Deus em seus princípios, comentários e provocações desnecessárias nas páginas, e fora delas, em outros sítios, muita divulgação luterana numa página de nome "Calvino" (o que foge do propósito de uma página coletiva e calvinista) e por último, o caso mais recente, o seu apoio aberto a chamada bíblia Freestyle, uma paródia cheia de aberrações e irreverência para com a Palavra de Deus. Essas coisas se posicionam contra os nossos pontos de vistas mais conservadores da Fé Reformada. É uma prática lamentável apoiar a paródia Freestyle.

Fiquei desmotivado a continuar por várias vezes, sempre permanecendo por causa da quantidade de pessoas que se aproximaram da Fé Reformada através das páginas. Mas minha cota de paciência acabou e resolvi abandonar, mas não sem explicar. Para que fique bem claro que a página Calvino da Depressão, e outras associadas que foram citadas pelo Fernando Frezza, não terão mais nossa contribuição, e que não nos responsabilizamos por novas publicações que ataquem a reverência as Escrituras Sagradas (como essa paródia Freestyle) e também a Lei de Deus. É uma grande incoerência uma página de nome "Calvino" ser contra a defesa da perpetuidade da Lei de Deus.

De uma semana para cá, aproximadamente no mesmo tempo de minha saída, a página demonstra que rumo irá tomar, talvez um liberalismo mais aberto será a tônica da página, que nasceu com uma proposta calvinista, mas tem se distanciado cada vez mais. Não recomendo esta página a ninguém!

Faço votos que a página cumpra seus antigos propósitos, o que acho difícil que aconteça.

O problema da “bíblia freestyle”:

Para entender melhor o porquê condenamos essa paródia, seguem links detalhados:


·         Sobre a "bíblia Freestyle"