Está difícil celebrar um dia para as crianças, sendo que praticamente elas nem existem mais.
Não existe mais a inocência, as perguntas desconcertantes, as dúvidas que deixavam vermelhos os rostos dos pais...
Não existem porque mais cedo que o absurdo, a infância foi invadida pela perversão.
Pais, por favor, entendam, o que está acontecendo nos museus e nas salas de aula não é um evento novo. Há décadas a fúria inimiga já entrou sorrateiramente na nossa mente preparando a Sociedade para o escárnio completo.
Quando vejo alguém da minha idade dizendo, ‘no meu tempo não era assim’, noto que o entorpecimento deu certo.
Quer ver?
Quantas vezes quando criança fomos expostos a visões como A Banheira do Gugu, ou as simpáticas garotas do Tchan descendo na boquinha da garrafa?
Quantas outras vimos as maldades do Pica-pau ou do Coiote e apenas ríamos como se isso fosse normal. Ora, eram mais que normais, lembra das gargalhadas quando víamos as video-cassetadas?
Ríamos tanto dos velhinhos caindo nos buracos, das crianças caindo do trampolim, como dos homens olhando por debaixo das saias das mulheres... tudo normal!
O que os netos dos nossos pais estão tendo que lidar hoje, começou com a permissividade sutil (nem tanto) dos nossos próprios pais...
Fomos decaindo aos poucos e estamos agora lidando com o resultado.
Talvez você esteja lendo essas palavras e se lembrando de outras permissões que tínhamos e achávamos tudo normal, mas não saiba exatamente o que fazer para que a situação possa voltar atrás...
Há muito que pode ser feito... desde os pais (e mães) deixarem seus filhos se sujar na lama e quebrar um braço subindo numa árvore, até chegar ao absurdo de TIRAR O CELULAR DELES para que eles possam olhar os rios, as árvores, o mar.
Quando presenteamos nossos filhos com o acesso à internet achando que teremos controle, achando que eles são santinhos, nos esquecemos que fomos crianças também, e escondíamos dos nossos pais aquilo que achávamos que eles não gostariam de saber.
Essas palavras poderiam ser longas, mas deixe-me abrevia-las trazendo algumas aplicações que julgo importantes demais:
1. Se você é pai de jovens e adolescentes que já tiveram de lidar com coisas que você se envergonha, não culpe (somente) a sociedade ou o sistema, mas reconheça que suas permissões e visão de mundo... suas amizades, coisas que assistem e respostas aos problemas sociais contribuíram para que eles chegassem onde chegaram... então, por mais difícil e humilhante que seja isso, o reconhecimento dos erros e o arrependimento é o primeiro passo!
Depois, mude. Nade contra a maré, repense a educação em todos os níveis, peça perdão a eles pois Deus colocou vocês como responsáveis na vida deles.
2. Se seus filhos ainda são crianças, mas já estão expostos e acostumados ao mundo virtual in extremis, lute com a sua zona de conforto e tendência de querer apenas agradar e sejam pais de verdade.
Digam ‘não’, amem, chorem com eles, orem com eles, cultuem em casa, tenham conversas que eles não gostam, assumam o papel de tutores, discipuladores, amigos, autoridade; mais que tudo, modelem Cristo na vida deles... ainda que isso signifique mudar as suas prioridades.
Lembre-se que o tempo passa, e que cada dia no status quo será de arrependimento (se isso) no futuro.
3. Se você está começando agora ou deseja iniciar uma família. Organize-se para começar certo. Reveja as suas prioridades, santifique-se, tenha prazer nas coisas de Deus, busque uma vida devocional que será o modelo para seus filhos.
Conheça os papéis bíblicos de marido e esposa, pai e filho - não compre a ideia do politicamente correto.
Enfim, estejam prontos a enfrentar as dificuldades desse caminho. As críticas virão, vocês serão vistos por pessoas até próximas como radicais.
Não tenha medo dos apelidos: radical, puritano, doido, antiquado... seja o que for, NÃO TEMA A HOMENS, mas TEMA A DEUS.
Se você ler com atenção essas palavras, esse pode ser o Dia das Crianças mais memorável, pois seus filhos, sem saber, receberão o melhor de todos os presentes: um pai e uma mãe de verdade!