A análise do uso desse número já seria suficiente para perceber como o Apocalipse é um texto literário construído de forma inteligente. Esse número é utilizado explícita e implicitamente de modo frequente (KISTEMAKER, 2004, p. 14).
A seguir uma lista dos versículos em que o número sete aparece, apontando para a
abundância de referências:
- Apocalipse 1:4 João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono
- Apocalipse 1:11 dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
- Apocalipse 1:12 Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro
- Apocalipse 1:16 Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.
- Apocalipse 1:20 Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.
- Apocalipse 2:1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
- Apocalipse 3:1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.
- Apocalipse 4:5 Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.
- Apocalipse 5:1 Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.
- Apocalipse 5:5 Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
- Apocalipse 5:6 Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
- Apocalipse 6:1 Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem!
- Apocalipse 8:2 Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
- Apocalipse 8:6 Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.
- Apocalipse 10:3 e bradou em grande voz, como ruge um leão, e, quando bradou, desferiram os sete trovões as suas próprias vozes.
- Apocalipse 10:4 Logo que falaram os sete trovões, eu ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, dizendo: Guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram e não as escrevas.
- Apocalipse 11:13 Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu.
- Apocalipse 12:3 Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.
- Apocalipse 13:1 Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.
- Apocalipse 15:1 Vi no céu outro sinal grande e admirável: sete anjos tendo os sete últimos flagelos, pois com estes se consumou a cólera de Deus.
- Apocalipse 15:6 e os sete anjos que tinham os sete flagelos saíram do santuário, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos ao peito com cintas de ouro.
- Apocalipse 15:7 Então, um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da cólera de Deus, que vive pelos séculos dos séculos.
- Apocalipse 15:8 O santuário se encheu de fumaça procedente da glória de Deus e do seu poder, e ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos.
- Apocalipse 16:1 Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: Ide e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus.
- Apocalipse 17:1 Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas,
- Apocalipse 17:3 Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.
- Apocalipse 17:7 O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher:
- Apocalipse 17:9 Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis,
- Apocalipse 17:11 E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.
- Apocalipse 21:9 Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.
Os intérpretes desde Vitorino e Bede perceberam que o próprio livro se divide em sete seções cíclicas ou paralelas. Isso é denominado de "teoria da recapitulação". Essa teoria estabelece que o livro não possui uma sequência narrativa cronológica e linear, mas cíclica. O número sete que é abundante e central no livro, estabelece o número de recapitulações que o autor faz. O uso desse número é bastante explícito em algumas seções.
Por exemplo, há sete igrejas nos capítulos 1-3, sete selos nos capítulos 4-7, sete trombetas nos capítulos 8-11, e sete taças nos capítulos 15-16. Nesse trabalho, ainda serão demonstradas as sete seções cíclicas do Apocalipse, e o modo como o número sete pode ser encontrado nas outras três divisões ou seções.
O uso implícito do número sete é também marcante. Há sete "bem aventuranças" no livro, conforme a listagem abaixo:
- Apocalipse 1:3 Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.
- Apocalipse 14:13 Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.
- Apocalipse 16:15 Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha.
- Apocalipse 19:9 Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus.
- Apocalipse 20:6 Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos.
- Apocalipse 22:7 Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
- Apocalipse 22:14 Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.
O acúmulo das "bem-aventuranças" no final do livro pode sugerir a intencionalidade do autor, como se tivesse percebido a necessidade de completar o número sete para atingir o padrão.
Se lembrarmos que o livro era para ser lido diante de uma congregação atenta, acostumada a esse tipo de procedimento, que sabia da importância dos detalhes de um livro como esse, as repetições causariam impressões profundas nos ouvintes. É importante notar que a maioria das "bem-aventuranças" diz respeito ao testemunho da fé diante de um mundo hostil. São bem-aventurados aqueles que creem e que foram redimidos por Cristo e sustentam até a morte esse testemunho diante dos homens. Nesse sentido, há uma intertextualidade com as conhecidas "bem-aventuranças" do Sermão do Monte registrado em Mateus 5.1-11. Embora a estrutura das "bem-aventuranças" em Mateus 5 seja um pouco diferente, havendo inclusive 9, o tema da resignação diante do sofrimento injusto e das perseguições é comum.
Kistemaker (2004, p. 15) nota que há dois cânticos de louvor entoados pelas hostes celestiais e há um padrão de sete na composição dos cânticos: "proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Ap 5.12). Em Apocalipse 7.12, outra vez: "dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!". Tanto o Cordeiro, quanto o próprio Deus são exaltados com cânticos que atribuem sete expressões similares de adoração. A igualdade do Pai e do Filho, a perfeição de sua glória e louvor são sugeridas por esse padrão.
Há sete referências a respeito da brevidade do juízo e da segunda vinda de Jesus no
livro, todas utilizando expressões como "em breve" e "sem demora":
- Apocalipse 1.1 Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João.
- Apocalipse 2.16 Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.
- Apocalipse 3.11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
- Apocalipse 22.6 Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer.
- Apocalipse 22.7 Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
- Apocalipse 22.12 E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.
- Apocalipse 22.20 Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!
Considerando que os cristãos do final do primeiro século aguardavam ansiosamente o retorno de Cristo, que parecia demorado diante do sofrimento ao qual eram submetidos, ouvir sete vezes que ele virá "em breve" e "sem demora", certamente reforçava essa expectativa e esperança. É igualmente interessante notar que essas alusões sobre o retorno iminente de Cristo aparecem nos capítulos iniciais e finais do livro. Três no início e quatro acumuladas no fim. Assim, o livro começa e termina com a repetida asseveração de que Cristo não vai demorar. E junto com essa notícia aparece em várias das declarações uma exortação para "permanecer firme", para guardar as palavras do livro, o que resultará em recompensa.
Sete vezes aparecem também referências diretas à Palavra de Deus (logos):
- Apocalipse 1:2 o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.
- Apocalipse 1:9 Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
- Apocalipse 6:9 Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.
- Apocalipse 17:17 Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem à uma e deem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus.
- Apocalipse 19:9 Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus.
- Apocalipse 19:13 Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama a Palavra de Deus;
- Apocalipse 20:4 Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.
As sete alusões à Palavra de Deus apontam para duas direções: da veracidade da "palavra" que é atestada por Deus, e da necessidade de os homens testemunharem-na perante o mundo.
O número sete também aparece em relação às forças das trevas, quase sempre apontando para o juízo sobre elas. Assim, a série de gafanhotos de Apocalipse 9.7-10, enviados para julgar o mundo apresenta sete características:
o aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem; tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão; tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja; tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses. (grifos meus)
É difícil saber se há alguma intenção adicional com essas repetições acima, além do
objetivo mnemônico de manter o padrão de sete.
Richard Bauckham (1993, p. 10), em sua análise, assinala ainda que a palavra prostituição (porneia), referindo-se aos pecados da grande prostituta, aparece sete vezes; o mesmo ocorre em relação ao termo "foice", nas sete ocorrências referindo-se ao julgamento de Deus:
- Apocalipse 14:14 Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada.
- Apocalipse 14:15 Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu!
- Apocalipse 14:16 E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada.
- Apocalipse 14:17 Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada.
- Apocalipse 14:18 Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas!
- Apocalipse 14:19 Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus.
Nas várias ilustrações medievais os anjos aparecem empunhando espadas, arcos ou
lanças. No Apocalipse, eles usam "foices" e sua função é "colher". Os anjos não se apresentam como guerreiros para lutar contra os ímpios. Eles são segadores. Passam a foice e o fim chegou.
lanças. No Apocalipse, eles usam "foices" e sua função é "colher". Os anjos não se apresentam como guerreiros para lutar contra os ímpios. Eles são segadores. Passam a foice e o fim chegou.
A expressão "Senhor, todo poderoso" também aparece sete vezes ao longo do texto.
Exemplificando:
- Apocalipse 1:8 Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
- Apocalipse 4:8 E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
- Apocalipse 11:17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.
- Apocalipse 15:3 e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!
- Apocalipse 16:7 Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.
- Apocalipse 19:6 Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso.
- Apocalipse 21:22 Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.
João usou essas repetições intencionalmente. Sete referências à vinda iminente de Cristo, sete referências à bem-aventurança dos que permanecem fiéis mesmo diante do sofrimento injusto, sete referências à veracidade da Palavra de Deus, sete referências ao juízo de Deus sobre o mundo, e sete ao caráter "todo-poderoso" do divino. O que tudo isso transmite? Numa palavra: esperança.
O padrão sétuplo de referências que pode ser visto ao longo do texto atesta contra as noções críticas de subdividir a obra em edições ou insistir em interpolações. Para Aune, o livro foi composto em duas edições, a primeira incluindo Ap 1.7-12 e 4.1-22.5, com forte ênfase apocalíptica, e a segunda que acrescentou 1.1-3 e 22.6-21 com uma orientação fortemente profética (1998b, p. cxxi). Mas o padrão sétuplo só se completa considerando as duas partes conjuntamente. O mesmo pode ser dito em relação à teoria de Charles de que o autor original morreu ao completar Ap 1.1-20.3. Além disso, se o editor que acrescentou os 93 capítulos finais tivesse tido o cuidado de completar o padrão sétuplo de referências, já não se poderia dizer que tratava-se de um "fiel, porém ignorante discípulo" (CHARLES, 1920, vol. 1, p. l).
Esse padrão sétuplo que pode ser encontrado ao longo do texto do Apocalipse seria
coincidência demais se fosse aleatório. Ele destaca a significativa arte literária empregada pelo autor do Apocalipse, aponta para a unidade da obra, e reforça o sentido de que o livro foi escrito para transmitir esperança para os cristãos atribulados do primeiro século, e, por consequência, de todas as épocas.
Extraído de: